quinta-feira, 28 de março de 2013

PETA é acusada de matar mais de 1600 cães e gatos no estado de Vírginia (EUA).



A PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) está sendo acusada de ter matado quase 90% dos cães e gatos abrigados em instalações localizadas no Estado da Virginia, no ano passado, a informação foi publicada no jornal inglês Mail Online.
A entidade, conhecida pela atenção que suas campanhas atraem, matou 1.647 animais, entre cães e gatos, no último ano.
Apenas 19 encontraram novos lares, de acordo com dados enviados ao Departamento de Agricultura da Virginia.
A PETA declarou ao Mail Online que os animais levados aos abrigos eram “inadotáveis”, porém, 89,4% é um índice muito maior que a estimativa de que metade dos animais levados a estes lugares acabam sendo sacrificados.
De acordo com estatísticas, 1.110 gatos e 733 cães foram entregues para a PETA em 2012; 22 gatos e 108 cães foram transferidos para outro abrigo, dois gatos e três cães foram devolvidos ao tutor, enquanto 1.045 gatos e 602 cães foram sacrificados; 34 gatos e sete cães foram colocados em uma categoria intitulada “Variados”.
Os dados foram levantados por uma coalizão de advogados chamada Centro pela Liberdade de Consumo (CLC), entidade que promove a responsabilidade pessoal e protege as escolhas dos consumidores e que teve diversas divergências com a PETA no ano passado.
Eles afirmam que, desde 1998, os abrigos já mataram um total de 29.398 animais. Justin Wilson, analista sênior de pesquisa, diz: “os grupos em defesa dos animais tem dois discursos, um que prega a libertação animal e outro que assina a sentença de morte para mais de 89% dos animais que estão sob seus cuidados. É mais que hipócrita.”
“Parece que a PETA é mais dedicada a truques publicitários que a manter os animais sob sua responsabilidade vivos.
É o cúmulo da hipocrisia eles demonstrarem os direitos dos ratos e porcos e matar dez mil animais domésticos.
É hora da comunidade de Virgínia finalmente reclassificar os abrigos da PETA pelo que são: abatedouros.”
A porta-voz da PETA contou ao Mail Online que eles não tiveram outra escolha além de matar os animais. “Temos uma pequena divisão que trabalha com animais e a maioria deles são recolhidos em casos de rejeição; ou porque são agressivos, ou porque estão muito doentes ou de alguma forma são inadotáveis”, ela disse.
“O objetivo da CLC é denunciar a PETA por representar de forma inadequada estes animais que sofrem e por matá-los por causa de lesões, doenças, idade, agressividade ou porque os tutores assim o querem ou porque não existem boas casas para eles.”
No blog da PETA foi publicado um texto posicionando-se contrariamente à prática de não matar animais em abrigos, porque muitas vezes eles estão lotados e têm de rejeitar os animais. O texto afirma que em alguns casos, a eutanásia é um mal necessário e que a PETA está disposta a fazer o “trabalho sujo da sociedade”.
“Enquanto os animais não forem castrados e esterilizados, os abrigos e organizações como a PETA precisarão fazer o trabalho sujo da sociedade. Eutanásia não é uma solução para a superpopulação, mas uma necessidade trágica devido à presente crise”, diz o comunicado.
Em resposta ao post, algumas pessoas apoiaram a PETA, mas muitos disseram que a entidade, ao defender o veganismo, combater os testes feitos em animais e o comércio de peles, nunca deveria permitir que a matança de animais saudáveis ocorra por falta de lares adequados.

Leia a íntegra da nota da PETA:
No meu primeiro ano trabalhando interinamente em um abrigo de animais, em Maryland, eu me forcei muito cedo a eutanasiar cães segurando-os em meus braços e gentilmente ajudando-os a fugir de um mundo insensível sem traumas ou dor, poupando-os de serem apunhalados – enquanto estivessem completamente conscientes, assustados e alertas – próximo ao coração com grossas agulhas reutilizadas e depois largados do lado do lixo enquanto finalmente morreriam.
Eu sempre me perguntei como alguém pode não reconhecer que existe um mundo de diferença entre a eutanásia indolor de animais por compaixão – devido à idade, a feridas, doenças e em animais em estado terminal cujos tutores podem arcar com uma eutanásia –, como a PETA faz, e causar a eles sofrimento, terror, dor e uma morte prolongada enquanto eles lutam para sobreviver nas mãos de inexperientes e indiferentes “técnicos” ou abusadores de animais.
É fácil apontar o dedo para aqueles que são forçados a fazer o “trabalho sujo” causado pela aquisição ocasional e criação de cães e gatos que terminam sem casa e indesejados. Mas a PETA nunca virará as costas ou negligenciará um animal sem teto e sem amor, mesmo se o melhor que podemos oferecer a ele seja livrá-lo de forma indolor de um mundo que não tem coração e lares suficientes para eles.
É fácil para as pessoas jogarem pedras em nós, mas somos contrários às mortes desnecessárias: para produção de hambúrgueres, casacos de pele, para a dissecção e para a caça esportiva. A PETA cuidou de mais de dois mil animais em 2012. Na verdade, foram mais de 10 mil cães e gatos e trabalhamos muito duro para convencer as pessoas a castrar os animais e se comprometerem a dar uma vida de cuidados e respeito para eles. Vamos além quando transportamos animais de e para nossas clínicas de esterilização, onde eles são castrados e avaliados por um veterinário, geralmente de forma gratuita.
Desde 2011, as clínicas de esterilização de baixo custo da PETA já castraram mais de 50 mil animais, impedindo que centenas de milhares deles tenham nascido para serem negligenciados, abandonados, explorados ou mortos por alguém que não os queria. Em um nível nacional, a PETA está focando na raiz do problema por meio da campanha de Controle de Natalidade Animal (CNA).
Se alguém tem uma boa casa, amor e respeito a oferecer, nós pedimos: vá a um abrigo e leve um dos nossos animais para casa. O problema é que poucas pessoas fazem isso. A maioria prefere ir a um criador ou a um pet shop, o que contribui para os altos índices de eutanásia em abrigos animais.
A maioria dos animais que abrigamos e eutanasiamos não poderia ser chamada de “animais de estimação” por terem passado suas vidas acorrentados no fundo de um quintal, por exemplo. Eles não são sociáveis, nunca estiveram dentro de uma casa de nenhum tipo ou souberam o que é um tapinha na cabeça. Outros estavam com alguém, mas eles foram envelhecendo, ficando doentes, machucados, agressivos para o lugar e a PETA oferece a eles uma libertação indolor do sofrimento, sem custo para os tutores ou responsáveis.
Todos os dias, trabalhadores de campo da PETA ajudam cães abandonados – muitos deles são pitbulls obrigados a viver amarrados a correntes pesadas usadas para rebocar um veículo de até 18 rodas –, dando comida, água limpa, vermífugo, antipulgas, assistência veterinária gratuita, construindo resistentes casinhas de madeira com uma cama de palha e dando amor.
O que nós vemos é suficiente para fazer você perder a fé na humanidade. Uma pitbull que tutoreamos, batizada de Asia, parecia um esqueleto coberto de pele quando a PETA a liberou das correntes de quase sete quilos que a mantiveram presa por anos.
Asia sofreu três dolorosas e mortais obstruções intestinais, que a impediram de reter qualquer tipo de comida. Ela enfrentou uma morte agonizante e nosso veterinário recomendou a eutanásia para acabar com o sofrimento dela. Nós acusamos criminalmente os responsáveis pelo estado dela e eles foram condenados por crueldade contra animais. Essa é apenas uma das dezenas de casos que vemos todas as semanas.
A maioria dos cães adotáveis nunca é trazida para dentro de nossas portas (nós os encaminhamos a grupos de adoção e abrigos animais). Para a maioria dos animais que resgatamos nós achamos abrigo, encontramos lares ou tiramos da situação miserável em que se encontram, o que geralmente leva a uma bem sucedida acusação e a proibição do abusador de tutelar ou abusar novamente de um animal.
Enquanto os animais ainda forem propositadamente criados e as pessoas não os castrarem, abrigos de admissão aberta e organizações com a PETA precisarão fazer o “trabalho sujo” da sociedade.
A eutanásia não é uma solução para a superpopulação, mas sim uma necessidade trágica devido à presente crise. A PETA está orgulhosa de ser um “abrigo de último recurso”, onde os animais que não têm um lugar para ficar ou que foram rejeitados são bem-vindos de braços abertos e amor.
Por favor, se você se preocupa com os animais, ajude a prevenir que mais deles nasçam e acabem acorrentados e deixados em quintais, sofrendo nas ruas com chutes, sendo tocados como lixo, torturados nas mãos de abusadores ou, infelizmente, mortos em abrigos animais pela falta de um bom lar.
Se você quiser salvar vidas, sempre castre os animais.

Ingrid E. Newkirk, presidente da PETA

Fonte ANDA

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