terça-feira, 2 de abril de 2013

FARRA DO BOI.

A Realidade
Apesar da proibição, todos os anos centenas de bois são torturados e mortos em diversas comunidades de Santa Catarina. Em outros estados, a prática é duramente criticada.

A Farra começa quando o boi é solto e perseguido pelos "farristas“ (homens, mulheres e crianças), que carregam pedaços de pau, facas, lanças de bambu, cordas, chicotes e pedras. Eles perseguem o boi, que, no desespero de fugir, corre em direção ao mar, onde acaba se afogando; ou em direção às vilas, podendo invadir casas, hotéis ou qualquer lugar onde o animal possa se abrigar. Quando isso acontece, é comum pessoas serem feridas e terem danos materiais.

Antes do evento, o boi é confinado, sem alimento disponível, por vários dias. Para aumentar o desespero do animal, comida e água são colocados num local onde ele possa ver, mas não possa alcançar.

A Farra do Boi ocorre com mais freqüência na época da Quaresma, culminando na Sexta-Feira Santa. Algumas comunidades celebram casamentos, aniversários, jogos de futebol e outras festas especiais juntamente com a Farra do Boi.

Fontes da WSPA-Brazil afirmam ter visto bois sendo torturado de diversas maneiras:
- Animais banhados em gasolina e depois incendiados,
- Pimenta jogada em seus olhos que, geralmente, são arrancados.
- Participantes quebram os cornos e patas do animal e cortam seus rabos.
- Os bois podem ser esfaqueados e espancados, mas há um certo "cuidado“ para que o animal  permaneça vivo até o final da "brincadeira".

Essa tortura pode continuar por três dias ou mais.

Finalmente o boi é morto e a carne é dividida entre os participantes.

Alguns dizem que é um ritual simbólico, uma encenação da Paixão de Cristo, onde o boi representaria Judas; outros acreditam que o animal representa Satanás e torturando o Diabo, as pessoas estariam se livrando dos pecados. Mas hoje em dia a Farra do Boi não tem nenhuma conotação religiosa.

Para as pessoas que moram na área litorânea, onde a barbárie acontece, a Farra do Boi é apenas uma oportunidade pra se fazer uma festa e de se ganhar algum dinheiro extra, pois alguns moradores aproveitam para vender bebidas e petiscos para os participantes.

Leis
Além da Lei Federal 9.605/98, que prevê em seu artigo 32, que é proibido “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”, impondo pena de detenção e multa, sendo aumentadas até um terço se ocorre a morte do animal, a Farra do Boi foi expressamente proibida  através de Recurso Extraordinário número 153.531-8/SC; RT 753/101 em território catarinense, por força de acórdão do Supremo Tribunal Federal, na Ação Civil Pública de n.o 023.89.030082-0. Conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal, a Farra do Boi é intrinsecamente cruel, é crime, punível com até um ano de prisão, para quem pratica, colabora, ou no caso das autoridades, omite-se de impedi-la.

O Que Fazer
Você tomou conhecimento de que está sendo ou será realizado uma farra do boi em sua cidade ou próximo à sua residência:

Não participe desta barbárie;

Conscientize as pessoas a não participarem;

Imprima panfletos educacionais e distribua o máximo que puder: Clique Aqui;

Denuncie, chame a polícia e faça um TC (cite o Art. 32 da Lei Federal de Crimes Ambientais 9.605/98);

Fotografe e/ou filme os animais e as pessoas antes, durante e depois da farra - provas e documentos são fundamentais para combater transgressões.

Se você mora em Santa Catarina:
Em Santa Catarina a farra do boi é proibida (Recurso Extraordinário número 153.531-8/SC; RT 753/101). Denuncie para o Disque-Denúncia (0800-481717)

Escreva para as autoridades uma mensagem de repúdio à Farra do Boi em Santa Catarina. Se for o caso, informe ainda que deixará de viajar para o Estado por reconhecer que a Farra do Boi não está sendo combatida com rigor.


Contatos:
Jornal "A Notícia": opiniaoanc@an.com.br
Diário Catarinense: diariodoleitor@dc.com.br
Prefeitura de Florianópolis: www.pmf.sc.gov.br/anexos/contato.htm
Secretaria de Turismo de Florianópolis: www.pmf.sc.gov.br/turismo/contato.htm
Ouvidoria do Governo do Estado de Santa Catarina: www.ouvidoria.sc.gov.br/enviar.php

Fonte: PEA (Projeto Esperança Animal) 

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