terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Mais de 100 cachorros são resgatados em Santa Luzia.


Na ficção, a personagem Cruela quer transformar a pele de 101 dálmatas em um casaco. Na vida real, em Santa Luzia (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mais de 100 poodles mestiços foram resgatados por um advogado defensor dos animais. Eles viviam com pouca comida e sujos, mantidos por um senhor apaixonado por bichos, mas que não conseguia cuidar deles mesmo tendo ajuda de algumas pessoas. Pinchers também estavam na casa quando Crispim Zuin Neto chegou para levá-los a uma organização não governamental.

           Poodles estavam na casa de idoso que cuidava deles com dificuldade e contava com ajuda de amigos. (Foto: Divulgação)

De todos cães, que eram uma mistura de poodle com SRD, 28 já foram vacinados, castrados, tosados e examinados pela ONG Cão Viver, que tem sede no Bairro Braúnas, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. Desses, quatro machos foram adotados e 15 fêmeas estão sob tutela de outra ativista da causa animal. Uma feira será realizada dia 14 em busca de novos donos para os oito machos restantes e algumas das fêmeas.

Idealizador do projeto Lobo Alfa, Crispim foi contatado por um vizinho do “colecionador” de poodles por meio da página do movimento na internet. “Fui lá e convenci o dono a tratar alguns machos que já estavam castrados. Um outro grupo tinha feito a castração de alguns, mas deixou dois cachorros inteiros, o que era suficiente para fecundar todas as fêmeas”, conta. Com os pelos embolados, sujos e vivendo com pouca ração, muitos estavam em um local sem sequer uma sombra.

Com o tempo e com o trabalho da Cão Viver, o tutor foi ganhando confiança em Crispim, que então levou mais cães para serem tratados. Nesse meio-tempo, o tutor doou mais de 30 cachorros, conta o advogado, que trabalha com animais de forma voluntária. “Esse senhor na verdade gosta bastante de cachorro e faz o melhor que pode, mas ele tem um apego excessivo a eles e não consegue doar. Ele permitia que os poodles se reproduzissem livremente, nascendo aos montes, e tinha dificuldade de perceber que eles não estavam bem. Por isso chegou neste extremo”, avalia.

“Os cachorros chegaram aqui em péssimo estado, todos com um cheiro insuportável, sem tosa e muito acuados. Até hoje eles não conseguem socializar direito, ficam tremendo de medo e só andam em bando”, afirma José Bandeira, que trabalha cuidando dos animais na Cão Viver. “Vão demorar a sair desse trauma, mas já melhoraram muito. Quando chegaram eles até avançavam na gente, estavam péssimos”, lembra ele. No canil, oito cães castrados, vacinados, vermifugados e tosados estão vivendo em uma cela e já se dão bem com o cuidador.

Sigilo
A localização da casa onde viviam os poodles é segredo guardado por Crispim. Ele chama o lugar de Campo dos Poodles, como descreve na página do projeto Lobo Alfa na internet. “Prometi sigilo a esse senhor e está dando certo. Ele está acenando com a possibilidade de reduzir o número de cães em casa e talvez fique com apenas seis. Ainda há mais de 30 vivendo lá que precisam de cuidado”, diz.
A feira de adoção dos poodles será no dia 14. A ONG Cão Viver, que está apoiando o processo de recuperação dos animais, tem cerca de 140 cachorros em uma clínica veterinária que funciona com preços populares. Parte da receita da entidade provém de doações, uma taxa de R$ 35 cobrada por adoção, referente a castração e remédios. “Ninguém faz um trabalho como esse se não for por amor”, relata Crispim.

Abrigo para animais
A ONG Cão Viver foi criada em agosto de 2003 por um grupo de quatro amigos com o objetivo de acolher e abrigar cães e gatos em situação de abandono. Os animais atendidos passam por um processo de triagem e são encaminhados para o canil de quarentena. Se for constatado que o cachorro está com leishmaniose, é feita eutanásia, através de anestesia e injeção letal. Quando os bichos – cães e gatos – estão saudáveis, são feitas esterilizações e, após os procedimentos, são disponibilizados para adoção.

Fonte: EM

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