terça-feira, 20 de maio de 2014

Tutores levam seus animais domésticos para fazer trilhas na mata.


                                                                                        Foto: Monalisa Lins/BOL

Sabe aquele famoso “aperto no coração” que os tutores sentem ao deixar seus animais domésticos sozinhos durante uma viagem ou passeio? Hoje em dia, ele pode ser cada vez menos frequente. Isso porque empresas especializadas já promovem excursões e viagens que juntam os tutores e os animais em programas divertidos no meio da natureza.

E não há limites para a diversão. Se for um passeio de final de semana, por exemplo, os animais podem fazer rafting (descida de corredeiras com botes infláveis), stand up paddle (surf com remo), passeios de barco e trilhas no meio da mata. As sugestões podem parecer radicais e até assustam os tutores no começo, mas tudo é feito com segurança.

No sábado (10), um grupo de 30 cachorros se encontrou no Acampamento Ranieri, em São Lourenço da Serra (SP), para uma trilha no meio da mata.

Entre olhares orgulhosos de tutores veteranos e ansiosos dos que levavam os animais domésticos pela primeira vez, os animais percorreram uma trilha que os levou até um lago, para deixar a brincadeira ainda mais divertida.

Tutores “adestrados”

Você sabia que golden retrievers têm “DNA de peixe”? A pergunta é só uma brincadeira para ilustrar o quanto cães desta raça são apaixonados por água. Seja em piscina ou lagos, os animais têm grande afinidade com exercícios aquáticos e se mostram nadadores natos – são uma espécie de “César Cielo de quatro patas”. Val Alves, personal dog trainer e especialista em comportamento canino da Gang do Zeca, explica que o fascínio dos animais por água é explicado mesmo pelo DNA da raça. Mas ela ressalta que eles não nascem “nadadores”. “O tutor precisa estimular sem forçar. Eles precisam de confiança para descobrir que gostam de água. Depois que são ‘picados’ pelo ‘bichinho aquático’, ninguém segura”, brincou Val.

A atividade, voltada somente para cães, de todas as raças e tamanhos, foi promovida pela agência Turismo 4 Patas, precursora do chamado “turismo animal”, que organiza roteiros para os animais e presta consultoria com orientações para passeios mais longos, como viagens. Larissa Rios, proprietária da empresa e organizadora da trilha, explica que, no começo, a excursão deixa os tutores receosos – afinal, a natureza não é um ambiente totalmente controlável -, enquanto os bichos se sentem muito à vontade e não perdem oportunidade de explorar cada momento da aventura.

A designer Babi Marruecos, 55, é veterana em passeios com cães. Tutora de quatro animais da raça border collie, ela conta que descobriu por acaso que podia desfrutar de momentos divertidos ao lado dos peludos. “Eu estava navegando na internet e vi um anúncio. Cliquei de curiosidade e simpatizei com a ideia”, conta.

A primeira trilha foi em 2011, e a agenda dos “melhores amigos” já conta com outros eventos radicais.
“Percebi que essas atividades fazem bem a eles. Um dos meus cães, por exemplo, o Alfredo, de 5 anos, ficou mais dócil. Ele era muito provocador em casa. Agora ele é mais sociável”, falou a designer.
Já a agente de segurança judiciária Gilzamara Rosa decidiu participar da trilha para também ter um momento de lazer, já que “quase nunca sai de casa”. Tutora de três cadelas, ela decidiu levar apenas a fox paulistinha Athena para ver se daria conta da “filha” na aventura.

Sobre o receio mencionado por Larissa, o adestrador Marcelo Miranda revelou uma curiosidade sobre o trabalho comportamental antes das atividades. “Na verdade, o trabalho que a gente faz é mais voltado para os tutores, que chegam com medo, com muitas preocupações. Ansiosos, eles esquecem que o passeio vai ser muito natural para os bichos, pois eles estão no meio da natureza, que reacende o instinto deles, que geralmente sabem até onde ir. Na verdade, a gente ‘adestra’ os tutores”, brincou Miranda.

Depois da caminhada, Gilzamara falou sobre a experiência. “Eu estava enganada. Achei que a Athena teria problemas de comportamento, pois ela nunca esteve com um grupo de cães. Mas ela se divertiu bastante, e até eu, que não estava muito preparada fisicamente, gostei bastante”, contou.
Segundo Gilzamara, na próxima trilha – “já está decidido” -, Athena terá a companhia das “irmãs”, cadelas maltês e poodle.

5 motivos para você fazer trilha com o seu cão

Proximidade

O passeio estreita o laço de amizade entre você e o animal

Fica mais amigável

A atividade faz o cão interagir e socializar com outros animais

Saúde física e mental

Seu cão merece diversão e precisa se exercitar

Ar puro

O contato com a natureza é importante para o animal

Para conhecer o seu animal

O passeio vai mostrar que o seu bicho é mais inteligente do que você imagina

Já pensou em viajar com o seu animal?

Além de fazer passeios mais curtos, os animais também ganharam a estrada e já podem viajar com os tutores, seja de carro, ônibus ou avião.

Mas antes é preciso familiarizar o bicho com as novidades, segundo Val Alves, personal dog trainer e especialista em comportamento canino da Gang do Zeca, que promove passeios radicais com animais.
Ela explica que, além de pensar na saúde e condições físicas do animal, é necessário fazer um treino com o bichinho. Em viagens de ônibus e avião, os animais são transportados em uma caixa. “É importante treinar o bicho, deixar ele se familiarizar com a caixa. Geralmente, eles se acostumam facilmente. É muito rápido para a caixa virar uma ‘toquinha’ para eles”, orienta.
Em passeios de carro, os animais também podem ser transportados em caixas ou com a ajuda de cinto de segurança próprio para animais.

Pet friendly

Em 2013, alguns hotéis e pousadas do Brasil aderiram ao selo “Sistema de Classificação de Meios de Hospedagem Pet Friendly”, classificação que certifica que animais também podem se hospedar com seus tutores. Criada pela agência Turismo Quatro Patas, a certificação garante serviços voltados para os animais. “Pet Friendly” é como são chamados estabelecimentos que aceitam animais.

Passaporte para trânsito de cães e gatos

Desde fevereiro de 2014, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento começou a emitir passaporte para cães e gatos. O documento, que pode substituir o atual Certificado Veterinário Internacional (CVI), não é obrigatório. Mas a vantagem é que o passaporte reúne todas as informações do animal em um só documento. Para solicitar, é preciso ir até as unidades do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), situadas em aeroportos, portos e postos de fronteira nos estados. O prazo de emissão é de 30 dias. Antes da viagem, é necessário que um veterinário implante um microchip no animal para facilitar sua identificação em qualquer país – o dispositivo tem o tamanho de um grão de arroz e é implantado em menos de 30 segundos no pescoço do animal.

Fonte: Boa Informação

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