terça-feira, 15 de julho de 2014

Corridas de cães estão ficando sem público nos Estados Unidos.


                                                                                        Foto: AP

Proibidas na maior parte dos Estados Unidos, as corridas de galgos (greyhounds) estão por um fio em sete estados, onde os eventos têm sido em sua maioria frequentados por poucos clientes fumantes buscando uma pausa ao ar livre nas proximidades de cassinos. Ironicamente, as mesmas mesas de poker e caça-níqueis que encaminham os poucos clientes remanescentes são responsáveis por roubar o foco desse “negócio” que era muito procurado antigamente. Em 1990, apostadores da Flórida gastaram sozinhos 1 bilhão de dólares nas corridas de greyhounds, mas esses números caíram para 258 milhões de dólares nesse ano. As informações são do One Green Planet e do Associated Press.

“Lá fora, em uma recente tarde de quarta-feira, a trombeta soou, o locutor da pista anunciou os cães, e quase ninguém estava lá para vê-los. Apenas uma dúzia de casais olhavam da arquibancada de 7.000 lugares”, diz a reportagem do Associated Press.

Essas são boas notícias para os defensores dos direitos dos cães, que sabem há muito tempo dos abusos enfrentados pelos greyhounds durante a vida nas pistas. Tanto é verdadeiro o conhecimento público de tais abusos que o assunto apareceu como importante ponto da trama do principal episódio dos Simpsons de 1989, no qual a família adota o seu greyhound apelidado de “Pequeno ajudante de Papai Noel” após o seu treinador tê-lo abandonado quando ele terminou em último lugar em uma corrida. As corridas de cães eram muito populares na época, e as pessoas ainda estavam começando a despertar para o seu lado sombrio.

Conforme lembra a reportagem, os greyhounds são tão amáveis quanto quaisquer outras raças, mas muitos treinadores continuam tratando os cães como commodities descartáveis, abandonando-os ou colocando um fim às suas vidas quando eles falham na competição devido a idade, lesões, ou qualquer outro motivo. Algumas vezes, nem é dada a chance aos filhotes: procriadores matam aqueles considerados sem perfil para a corrida. E aqueles que competem sofrem, sendo amordaçados e presos em gaiolas, e forçados a correr em condições climáticas extremas.

Grupos ativistas de direitos animais tiveram uma participação na queda pelo gosto das corridas de greyhounds, através do seu trabalho de conscientização e também pela conquista da inteira proibição do “esporte” no estado do Colorado. Felizmente, os restantes sete estados que apoiam as corridas seguirão o mesmo caminho, mas a indústria está claramente morrendo por conta própria. De acordo com a reportagem, além do envelhecimento de alguns fãs obstinados, a maioria daquele público está preferindo apostar em cartões e bilhetes do que nas vidas dos cães.

Segundo o Associated Press, o que está ocorrendo com as corridas de cães pode ser uma prévia do destino da indústria de corridas de cavalos. O dinheiro circulante nas apostas apresentou uma queda nos últimos dez anos, de acordo com o Jockey Club.

Alguns agentes da indústria de corridas de cavalos vêem as leis proibitivas das corridas de cães como ameaça para o seu segmento.

“Elas podem lançar um perigoso precedente para todos os tipos de corrida”, disse Lonny Powell, CEO da Florida Thoroughbred Breeders and Owners Association, que trabalhou durante anos como regulador de corridas de cães.


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